DERROTADOS NAS ELEIÇÕES, SEIS
SENADORES RECEBERÃO APOSENTADORIA DE ATÉ R$ 32 MIL.
Seis
senadores que saíram derrotados das eleições de 2018 recorreram à
Diretoria-Geral do Senado Federal para passar a receber suas aposentadorias de
até R$ 32 mil por mês já a partir deste mês. O Estado mostrou em janeiro que 26
senadores e 142 deputados e ex-deputados poderiam pedir aposentadoria a partir
de fevereiro.
Depois de 24
anos como senador, Romero Jucá (MDB-RR), pediu uma aposentadoria de R$
23.151,77, quatro vezes o teto do INSS (R$ 5.839,45). O maior benefício será
pago ao ex-senador Agripino Maia (DEM-RN), benefício de R$ 32.894,80.
A reforma da
Previdência que está no Congresso para ser votada por deputados e senadores
propõe que políticos também cumpram a idade mínima, de 65 anos para homens e 62
anos para mulheres, com 30% de pedágio sobre o tempo restante de contribuição.
Novos eleitos estarão automaticamente no INSS, com extinção do regime atual.
Hoje, os
parlamentares podem se aposentar por meio de dois planos, com regras mais
generosas do que as aplicadas aos trabalhadores da iniciativa privada. Um deles
é o Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC), que vale para
parlamentares que ingressaram até 1997. O IPC dá direito a aposentadoria com 50
anos de idade, com benefício proporcional ao tempo de mandato. Oito anos de
contribuição são suficientes para se obter 26% do salário de parlamentar. O
benefício integral é concedido àqueles com 30 anos de contribuição.
A outra
modalidade, que reúne a maior parte dos habilitados, é o Plano de Seguridade
Social dos Congressistas (PSSC), que possui regras um pouco mais duras que o
IPC e cujo benefício é sujeito ao teto do funcionalismo (R$ 39,2 mil). São
necessários 60 anos de idade e 35 de contribuição. O benefício é proporcional
aos anos de contribuição: a cada ano, é acrescido 1/35 do salário de
parlamentar, equivalente a R$ 964.
Jucá
responsabilizou a crise humanitária que atingiu Roraima, devido ao fluxo
migratório de venezuelanos na região, e a Operação Lava Jato por sua derrota
nas urnas. Após o resultado, disse que "vai trabalhar" para
"viver de salário", porque "não é rico". A assessoria de
comunicação do Senado informou que o tempo de contribuição do ex-senador
Agripino leva em conta contribuições para os dois planos, além do tempo em que
foi governador.
Depois de
perder a disputa para o governo de Pernambuco para Paulo Câmara (PSB), Armando
Monteiro (PTB), que foi senador de 2011 a 2018 e deputado federal por três
mandatos consecutivos (1999 a 2010), receberá mensalmente R$ 19.293,14. Rifado
pelo próprio partido, o ex-senador José Pimentel (PT-CE), que almejava a
reeleição, terá uma aposentadoria de R$ 23.151,77.
O ex-senador
Edison Lobão (MDB-MA) já havia se aposentado em 1991, no percentual de 39%. Sua
aposentadoria foi suspensa em 1.º de fevereiro de 1995, quando assumiu seu
primeiro mandato como senador pelo Maranhão, como determina a lei. O benefício
foi restabelecido em fevereiro deste ano com o acréscimo do período em que
atuou como senador e aumentou para R$ 25.274,01.
Aposentado
desde 1987, o ex-senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) também teve o
benefício suspenso em fevereiro de 1995, quando ingressou no Senado. Agora, 14
anos depois, receberá R$ 24.212,89.
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