STF SUSPENDE TRANSFERÊNCIA DE LULA
PARA PRESÍDIO NO INTERIOR DE SÃO PAULO E O MANTÉM EM CURITIBA.
Ao analisar na tarde desta quarta (07/08/2019)
pedido da defesa do ex-presidente em caráter de urgência, maioria dos ministros
do Supremo concordou que o petista continue na sede da PF no Paraná.
O Supremo Tribunal Federal (STF)
suspendeu nesta quarta-feira (7), por 10 votos a 1, a transferência do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o presídio de Tremembé, no
interior de São Paulo. Apenas o ministro Marco Aurélio Mello votou contra.
Por maioria, os ministros decidiram
manter o petista preso na carceragem da Polícia Federal (PF), em Curitiba, até
que a Segunda Turma do tribunal conclua a análise de um pedido de suspeição do
ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, no julgamento do processo do
triplex de Guarujá (SP). O julgamento foi adiado em junho após um pedido de
vista (mais tempo para analisar o caso) do ministro Gilmar Mendes e ainda não
tem data definida para ser retomado.
Mais cedo nesta quarta-feira, o juiz
Paulo Eduardo de Almeida Sorci, da Justiça estadual de São Paulo, mandou o
ex-presidente cumprir pena no presídio de Tremembé.
A decisão foi tomada horas depois de
a juíza federal do Paraná Carolina Lebbos ter determinado a transferência de
Lula da superintendência da Polícia Federal em Curitiba para um estabelecimento
prisional de São Paulo. Para evitar a ida do petista para um presídio comum, a
defesa de Lula recorreu ao Supremo pedindo que ele fosse libertado ou mantido
em uma cela especial.
Após receber no Supremo parlamentares
da oposição que criticavam a possível ida do ex-presidente para uma
penitenciária, o presidente do tribunal, ministro Dias Toffoli, decidiu
submeter, em caráter de urgência, o recurso de Lula ao plenário durante a
sessão desta quarta. Até aquele momento, os ministros julgavam uma ação do PSL
que questiona trechos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Relator da Lava Jato no STF, o
ministro Edson Fachin foi o primeiro a votar sobre o novo pedido da defesa de
Lula. O magistrado se posicionou favorável a uma parte do recurso do
ex-presidente, no trecho que solicitava que a decisão da juíza do Paraná fosse
suspensa e o petista fosse mantido em uma cela especial no Paraná ou em São
Paulo.
Fachin rejeitou apenas a parte do
pedido da defesa que solicitava que o ex-presidente fosse colocado em liberdade
até que fosse concluída a análise do habeas corpus. O voto do relator da Lava
Jato foi acompanhado por outros nove magistrados.
Ao se manifestar sobre o caso no
plenário do STF, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu que
Lula não fosse transferido para um presídio comum.
A chefe do Ministério Público se
manifestou a favor de o petista continuar preso na superintendência da PF na
capital paranaense ou em uma cela especial, de sala de estado maior, em São
Paulo.
'Queima de etapas'
Único ministro a votar contra a
recomendação de Fachin, Marco Aurélio Mello argumentou que a decisão de manter
Lula em uma cela especial não caberia ao plenário do Supremo, e sim à Segunda
Turma do tribunal, colegiado composto por 5 dos 11 magistrados da Corte.
Ele questionou se é possível o
tribunal endossar a "queima de etapas".
"Não posso conceber que este
tribunal endosse a queima de etapas, por pior que seja o objetivo. Nós
aprendemos desde sempre que, no direito, o meio justifica o fim, não o fim
justifica o meio."
"Deveria a defesa ter recorrido
ao órgão revisor do juízo de Curitiba, da Vara das Execuções Penais",
observou Marco Aurélio.
LULA É CONDENADO NO CASO TRIPLEX
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