País autorizou o uso da Sputnik V nesta semana.
O acordo entre a Argentina e a Rússia prevê o fornecimento de 25 milhões de
doses.
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou neste sábado (26) que o país começará sua campanha de vacinação contra a Covid-19 na próxima terça (29), com a vacina desenvolvida pelo laboratório russo Gamaleya, a Sputnik V.
“A ideia é que, quando chegue o outono, nós tenhamos a maior parte da população de risco vacinada", disse Fernández em uma videoconferência com os governadores. "Enquanto isso, vamos nos cuidar e que todos entendam que o risco existe e que é preciso evitar aglomerações."
As primeiras doses da vacina desembarcaram no país na última quinta-feira (24) e serão distribuídas a todas as regiões do país por meio de caminhões na próxima segunda – apenas os estados de Santa Cruz e Terra do Fogo serão abastecidos com aviões por conta da distância.
A vacina Sputnik V foi aprovada "em caráter de emergência" na quarta-feira pelo ministério da Saúde. Essa foi a primeira autorização que a vacina russa recebe na América Latina, informou em um comunicado o fundo de investimento russo que financiou a pesquisa.
O México, o Chile e a Costa Rica iniciaram a vacinação contra a Covid-19 na véspera de Natal. O México foi o primeiro país latino-americano a começar a imunizar a população. Os três países aplicam a vacina desenvolvida em conjunto pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech.
Autorização.
Na quarta-feira, o órgão regulador de alimentos e medicamentos da Argentina (ANMAT) autorizou, na terça-feira (22), o uso emergencial da Sputnik V, desenvolvida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia.
O país já tinha um acordo com a Rússia para o fornecimento da vacina Sputnik V. Prevê-se o fornecimento de 25 milhões de doses.
A Argentina também assinou convênios de fornecimento de vacinas com a Universidade de Oxford, associada à farmacêutica AstraZeneca, e faz parte do mecanismo Covax – que fornece vacina para pelo menos 20% da população –, da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Primeiro na fila.
Apesar do presidente Fernández ter dito, neste sábado, que a campanha de vacinação será direcionada a pessoas do grupo de risco para a Covid-19 e profissionais da saúde, no início do mês ele prometeu que seria o primeiro a se vacinar – para ampliar a confiança da população em na vacina russa.
"As pessoas levantam muitas dúvidas sobre a qualidade científica da Rússia, mas o instituto que desenvolveu a vacina, é um instituto que tem vários prêmios Nobel na sua equipe de pesquisadores", disse Fernández em entrevista coletiva de 10 de dezembro. "E para acabar com todas as dúvidas, assim que a vacina estiver aqui, o primeiro a se vacinar serei eu." – Alberto Fernández, presidente argentino.
O acordo feito entre o governo argentino e o laboratório russo tem uma cláusula que garante ao país sul-americano a preferência na compra de futuras doses da Sputnik V. Fernández explicou que isso pode garantir para a Argentina mais 10 milhões de doses em março, caso as outras já compradas atrasem sua entrega.
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